Síndrome de Dravet
A UCB está comprometida em ajudar famílias que convivem com a síndrome de Dravet, uma condição devastadora e vitalícia que começa na infância.
A síndrome de Dravet e outras formas raras de epilepsia têm um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias. Se não forem identificadas precocemente e tratadas de forma adequada, essas condições podem levar a uma taxa de mortalidade mais alta do que a observada na população geral com epilepsia.
Estamos trabalhando para identificar novas soluções para pessoas que vivem com essas formas raras e graves de epilepsia, garantindo que elas e suas famílias tenham acesso ao cuidado de que precisam.
Compreendendo a Síndrome de Dravet
A síndrome de Dravet é uma forma grave de epilepsia caracterizada por crises frequentes e resistentes ao tratamento; comprometimentos cognitivos, comportamentais e motores significativos que persistem até a vida adulta; e um risco aumentado de mortalidade precoce.
As crises geralmente começam na infância, entre os 3 e 9 meses de idade. As primeiras crises costumam ocorrer quando o bebê está com febre ou exposto a altas temperaturas, como durante um banho. No início da doença, as pessoas com síndrome de Dravet geralmente apresentam crises hemiclônicas (afetando um lado do corpo) ou crises tônico-clônicas generalizadas. Após os 12 meses de idade, outros tipos de crises costumam surgir, podendo variar ao longo do tempo.
A síndrome de Dravet é classificada como uma encefalopatia epiléptica e do desenvolvimento (DEE) — um grupo de epilepsias em que há comprometimento do desenvolvimento influenciado tanto pela causa subjacente da epilepsia quanto pela própria atividade epiléptica. Os desafios no desenvolvimento geralmente se tornam mais evidentes por volta de 1 ou 2 anos de idade e podem incluir atrasos na linguagem e fala, crescimento, sono, movimento, infecções, integração sensorial, condições ortopédicas e alterações no sistema nervoso. À medida que crescem, a maioria das crianças com síndrome de Dravet desenvolve uma marcha agachada.
Mais de 80% das pessoas diagnosticadas com síndrome de Dravet apresentam uma mutação no gene SCN1A. Essa mutação, geralmente não herdada, afeta o funcionamento dos canais iônicos no cérebro. No entanto, nem todas as mutações no SCN1A levam à síndrome de Dravet, e a condição também pode estar associada a mutações em outros genes.
Diagnosticando a Síndrome de Dravet
Neurologistas diagnosticam a síndrome de Dravet com base na apresentação clínica combinada com testes genéticos. Normalmente, bebês com síndrome de Dravet:
- Apresentam desenvolvimento cognitivo e motor normal antes da primeira crise;
- Têm a primeira crise antes de completarem 1 ano de idade, frequentemente desencadeada por febre ou exposição ao calor (como um banho quente);
- Sofrem pelo menos duas crises prolongadas com duração superior a 10 minutos;
- Apresentam crises hemiclônicas, mioclônicas ou tônico-clônicas generalizadas;
- Não respondem à terapia com medicamentos antiepilépticos de primeira linha.
É importante diagnosticar precocemente as crianças para iniciar o tratamento adequado. No entanto, diagnosticar a síndrome de Dravet pode ser desafiador. Recomenda-se a realização de testes genéticos, incluindo a busca por mutações no gene SCN1A ou em outros genes associados à epilepsia.
Tratamento
Embora seja difícil controlar as crises na síndrome de Dravet, os medicamentos anticonvulsivantes podem ajudar a reduzir a frequência das crises e a melhorar a qualidade de vida do paciente e de sua família. Os profissionais de saúde buscam encontrar a combinação ideal de medicamentos para o controle das crises. Uma resposta precoce ao tratamento pode aliviar algumas das consequências das crises recorrentes.
Tratamentos não farmacológicos, como a dieta cetogênica — pobre em carboidratos e rica em gorduras — também podem ser considerados.
Além disso, os profissionais de saúde devem gerenciar as diferentes comorbidades. Pessoas com síndrome de Dravet devem ser acompanhadas por uma equipe multidisciplinar de profissionais.
Pesquisas
Atualmente, os pesquisadores têm uma compreensão mais aprofundada das mutações genéticas que podem causar a síndrome de Dravet e estão explorando tratamentos potenciais, incluindo novos medicamentos e terapia genética.
A síndrome de Dravet tem um impacto profundo tanto nos pacientes quanto em suas famílias, que enfrentam uma série de desafios. Estamos comprometidos em fazer a nossa parte para garantir que essas pessoas tenham acesso ao cuidado de que precisam.
Referências:
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BR-OT-2500087 - Julho 2025